sábado, 2 de junho de 2012

Você sabe como eu sou despreocupado, que me encerro neste quarto e me permito todas as divagações, as fantasias, obsessões, perseguições. Todos os dias você sabe que eu me viro de inventos, que eu me reparto e dou crias, que eu mal me resolvo e me aguento, carrego pedras no bolso e enfrento ventanias. Você sabe como eu sou desorientado, raciocínio pelo instinto e cometo fugas de túnel de ladra de galeria, uso malhas e madras manhas e lenhas e percorro superfícies em que você escorregaria. Mas você sabe como eu sou de subsolos de subterfúgios, de obversos subliminares, como eu sou de submundos subterrâneos, de sub-reptícias folias, meio de circo, meio de farsa, ervas, panfletos, fluídos, presságios, quebrantos, jeitos, gírias, reviras, de sensações e cismas, filosofias,  de como eu sou de estradas, andanças, pressentimentos, atmosférica e vadia, gato da noite, de crises, guitarras, ouros e danças e circunstâncias, de vinho azedo e companhia. Que eu sou de todas as misturas todas as formas e sintonias e enfrento esse aperto, essas normas forças, pressões, imposições, o poderio, os intervalos, o silêncio da maioria. Você sabe de toda minha luta, mesmo quando a intenção silencia que eu não cedo, não desisto, a todo custo, a toda faca, a todo risco, eu sobrevivo de paixão e de anarquia. Você sabe bem de minha fraude. Você conhece as minhas alquimias.

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